
“Muito tempo depois, quando deixei Refúgio pela primeira vez desde a nossa chegada, vi o que as pessoas tinham feito com o planeta e compreendi: era assim que havíamos nos sentido ao descer das naves e pisar no solo inexplorado de Hagno. Éramos como os cavalos na praia, desbravando um território livre com toda a velocidade que nossas pernas permitiam, seguindo em frente num ímpeto furioso, sem intenção alguma de parar até saciar a gana de correr.
Só que a praia, minha querida, sempre foi dos cavalos.
O planeta nunca foi nosso.”
— Meu novo conto, Cavalo-cometa
Aqui vão 10 coisas que andei fazendo ou pensando essa semana:
Terminei o curso de roteiro da Letícia Fudissaku, que foi absolutamente maravilhoso e me manteve estudando a escrita cinematográfica nos últimos 3 meses.
Não contei pra vocês? Claro que não, eu tinha prometido que ia parar de expor meus fracassos. Mas no início do ano, bem, eu comecei um tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Decobri que não era pra mim mais ou menos no final da segunda semana, quando nenhuma palavra do que a professora dizia produzia algum efeito no meu cérebro.
Aí concluí que o dinheiro que eu tava gastando com o tecnólogo seria melhor aproveitado estudando alguma coisa que eu gosto. Tem algo de mágico em tentar coisas diferentes, a Educação Física que o diga, mas finalmente entendi que tenho que parar de fugir das coisas em que eu já sou competente.
Já escrevi um curta-metragem, veja bem. Ele tem mais palavrões e mais carteiras de cigarro do que eu gostaria, mas tenho muito orgulho dele.
Lindo demais ver Denise Flaibam e Bianca da Silva na lista de mais vendidos da Veja com O Clube do Pesadelo. Acabei de ler esse e gostei muito da vibe Stranger Things no Brasil.
Vou lançar meus primeiros livros físicos. Eles entraram em pré-venda no site da editora. O primeiro é meu romance de estreia, Eu sei que vou te ver amanhã, um contemporâneo jovem-adulto que saiu de forma independente no ano passado. O segundo é uma edição vira-vira com Bisão-nascente e Cavalo-cometa, dois contos de fantasia espacial.
Descobri que o termo vira-vira é patenteado e não pode ser usado pela editora. Doeu? Doeu. Mas eu sou só um CPF e o livro é o que é: um vira-vira.
Lançar meus primeiros livros físicos significa que preciso divulgá-los, por isso cometi um selo de verificado no Instagram com a justificativa de que meus posts vão alcançar mais pessoas. Nem sei se isso procede, foram as vozes da minha cabeça que disseram. Segundo o Instagram, agora meus seguidores sabem que eu sou "uma pessoa real compartilhando histórias reais". Achei engraçado, já que a única prova que o Instagram pediu pra decidir que sou real foi o número do meu cartão de crédito.
Andressa tava falando ontem sobre odiar redes sociais e como é frustrante precisar postar para ser vista e conseguir mais pacientes. Ela de fato postou que a era low profile dela tinha acabado, somente para passar várias semanas sem postar mais nada. É o plano de marketing que eu quero pra mim.
A vida não acontece dentro de um celular, eu falei pra ela. E acredito mesmo nisso. Mas às vezes parece que a vida só acontece dentro do celular, não parece?
Até breve.
Denys
Adorei a lista de hmmm… fatos? Haha. Odiar redes sociais é algo que me é muito natural, também, especialmente o Instagram. Não acho que a questão seja a rede social em si, porque a ideia é legal, mas a execução de “vender a todo custo o tempo todo” é o que me pega.