“Eu sou uma poeta. Eu sou uma poeta, e não vou morrer. Vou escrever centenas de poemas bem aqui, nesse quarto. Os maiores poemas já escritos, por Emily Dickinson. E não há nada que você possa fazer para me impedir.”
Aqui vão 7 coisas que andei fazendo ou pensando essa semana:
Estou lendo Deltora Quest. Outra vez. Quando leio esses livros, as melhores lembranças do início da adolescência retornam e começo a achar que sou capaz de tudo. Trabalhar numa adaptação de Deltora é um daqueles sonhos antigos que dificilmente vou realizar porque é distante demais da minha realidade. Mas quando releio esses livros, sinto que posso sentar na cadeira e escrever todos os roteiros das quatro temporadas que planejei. Vão ser dois livros por temporada, porque eles são curtinhos, e todos os episódios terão cheiro de chuva, grama molhada e magia.
Há alguns dias venho ensaiando voltar a gravar pro TikTok. O último vídeo que publiquei foi em janeiro, uma eternidade no mundinho das redes sociais. Toda vez que visto uma camiseta bonita, ajusto o tripé e aperto pra gravar, decido que quero me entocar embaixo das cobertas e nunca mais aparecer em público. Talvez amanhã eu consiga. Ou depois de cortar o cabelo.
Eu me preocupo em não ser bom em nada. Ou de ser bom em várias coisas, mas não ser ótimo em nenhuma delas. Aí me lembro que sou um bom escritor, ou pelo menos assim eu acredito. É só que, quando chega o último dia pra pagar o cartão de crédito, fico desejando que a coisa em que eu sou bom também seja a coisa que paga minhas contas.
Especialista. Muita gente é especialista hoje em dia. Coloca isso na bio do Instagram e tá feito. Lembro de ter lido no livro Onde nascem os gênios que, estatisticamente, hoje em dia o mundo produz menos pessoas geniais do que antes. O motivo disso é que as pessoas começaram justamente a se especializar nas coisas. Einstein, Mozart, da Vinci — nenhum deles era especialista em nada. Eles aprendiam um pouco sobre tudo, e foi assim que se tornaram gênios. Não sei o quanto disso é verdade, mas tenho essa sensação às vezes, de que o mundo nos incentiva a fatiar o conhecimento o máximo possível e ficar somente com aquele pequeno pedaço que vai nos dar retorno financeiro.
Eu não vou ser um gênio só porque não me especializei em nada. É mais provável que eu só continue sem dinheiro pra pagar o cartão de crédito mesmo. Eu só quero chegar em algum lugar legal com o conjunto de coisas em que sou competente.
Por que comecei essa newsletter? Porque eu tava deprimido e não conseguia escrever. Mesmo então eu já sabia que não ficaria deprimido pra sempre, e que uma hora ou outra eu voltaria a colocar palavras no papel. Aí fiquei me perguntando sobre o que é essa newsletter agora, e concluí que ela pode ser exatamente isso aqui: um apanhado de coisas que fiz e pensei durante a semana, com todos os altos e baixos da minha cabeça e uma ou outra reflexão sobre as coisas que despertam meu interesse. O que vocês acham?
Mas, Denys, você consegue mesmo manter uma newsletter semanal? Isso, meus amigos, só o tempo dirá.
Até a próxima semana.
Denys
Eu tenho MUITO esse incomodo de não ser especialista em nada. Em não conseguir falar por 2 horas sobre um assunto que manjo muito. Seu texto me deu um quentinho no coração, ainda que temporário...
Envios semanais são superestimados - quinzenal e mensal são ótimas frequências.
Mas eu acho que a questão do especialista versus generalista é mais complexa do que isso. (Quase perdi meu ônibus tentando concatenar uma resposta, então desisti, mas... eu voltarei *se embrulha na capa e desaparece misteriosamente* )