“Me escuta, Gio. Existe um lugar pro teu sonho. A vida vai te fazer pensar que não, mas, acredita em mim, tu vai encontrar esse lugar mais cedo ou mais tarde. Tu não desaprendeu nada, tá tudo aí dentro. A música vai esperar por ti.”
— Meu romance de estreia, Eu sei que vou te ver amanhã
Ideias surgem em lugares inesperados, às vezes em uma rodoviária.
Eu tava levando a Andressa pra pegar o ônibus até a cidade da vó dela. Quando descemos do carro, vi aquele cara parado no meio-fio. Ele segurava um blazer encapado sobre o ombro, a mala largada aos pés. Olhava pra rua com a testa vincada, esperando alguém que não chegava nunca. Parecia estar ali há décadas.
Entrei na rodoviária, me despedi da Andressa, ela pegou o ônibus. Quando voltei pro carro, o cara continuava ali. Olhando pra rua, no aguardo, aquele blazer jogado no ombro. Uma figura distinta, meio deslocada do tempo. Quem sabe presa no tempo.
Eu parti. O cara desconhecido ficou.
Enquanto dirigia de volta pra casa, comecei a me fazer perguntas. Quem ele tava esperando, e por que a pessoa demorava tanto? O que ele tinha vindo fazer em Santa Maria? Por que tinha trazido um blazer? E o que aconteceria se a pessoa que chegasse para buscá-lo não fosse quem ele estava esperando?
Ideias surgem em lugares inesperados, às vezes em uma rodoviária, e te colocam para trabalhar durante anos em uma história.
Hoje, essa ideia se tornou um romance chamado Eu sei que vou te ver amanhã. O protagonista se chama Giovane, e quem apareceu para buscá-lo na rodoviária foi o namorado da pessoa que ele estava esperando — Letícia, a guria que ele amava no ensino médio e de quem precisou se afastar por motivos que ainda não entendemos. É o começo de um fim de semana em que muitas coisas saem do controle dessas duas pessoas, que talvez ainda se amem, que talvez jamais devessem ter se afastado.
Na superfície, é uma história de romance, separação e reencontro. No fundo, é sobre as decisões difíceis que tomamos ao longo da vida para tentar agradar todas as pessoas com quem nos importamos. É sobre pais e filhos e o quanto esse amor, ou a ausência dele, respinga nos nossos outros amores. É também uma história sobre achar espaço para a nossa arte, para aquilo que faz o coração bater mais forte, mesmo quando tudo na vida nos empurra na direção contrária.
Embora não seja o primeiro romance que escrevi, Eu sei que vou te ver amanhã é meu primeiro romance a ser publicado. Lança no dia 4 de novembro, dez dias antes do que eu tinha avisado na letter anterior. Estou fazendo 30 anos e, sabe, achei que seria um dia com pouca carga emocional se eu não lançasse um livro junto. O Denys de 7 anos está muito orgulhoso, embora não entenda direito o que é um livro digital e porque não existe uma versão em papel. Nem sempre acontece como a gente imagina, eu digo pra ele, mas acontece, e é lindo do jeitinho que acontece.
Esse aqui, claro, é meu convite para você ler essa história. O texto foi preparado por ninguém menos que minha escritora brasileira favorita, a
, e diagramado pelo André Caniato, que sempre faz e-books muito caprichados. A capa do Centelha Estúdio ficou belíssima, e o livro ainda vem endossado com os blurbs da Solaine Chioro e do . Se além de ler livros você gosta de ganhar brindes, me acompanha nas redes sociais pelo arroba denysschmitt pra saber como.Espero que essa história faça por você o que ela fez por mim: te lembre de que existe um lugar para o seu sonho.
Até breve.
Denys
Tô feliz demais com esse lançamento aguardadíssimo! Com certeza será um grande sucesso ☺️